Constrate

  • Escolha do exame/contraste
    • Pacientes com risco alto de NCI = Preferir exames que não utilizem contraste iodado (se possível)
      • USG, RM sem gadolíneo, TC sem contraste
    • Evitar (se possível):
      • Contrastes de 1° geração (alta osmolaridade: 1.400 a 1.800 mosml/kg)
      • Contrastes de 2° geração (média osm: Iohexol = 500 a 600 mosml/kg)
    • Preferir agentes iso-osmolares (se possível pelo custo):
      • Iodixanol (290 mosml/kg)
    • Usar sempre a menor dose possível de contraste
    • Evitar uso repetitivo em intervalos menores de 48 horas
  • Prevenção da NCI
    1. Expansão volêmica
      • Sempre usar expansão volêmica nos pacientes tiverem algum fator de risco para NCI
        • Cuidado em pacientes com IC grave, IRC dialítica, congestão volêmica ou dispneia
      • Esquemas de expansão:
        1. Paciente internado, COM tempo para preparo
          • SG5% 500 ml + Bicarbonato de sódio 8.4% 7 ampolas IV 6/6 horas
          • Iniciar no mínimo 12 horas antes e manter 24 horas depois do exame/procedimento
        2. Paciente internado, COM tempo para preparo, contra-indicação ao bicarbonato (alcalose metabólica ou HipoK)
          • SF0.9% 500 ml IV 6/6 horas
          • Iniciar no mínimo 12 horas antes e manter 24 horas depois do exame/procedimento
        3. Paciente internado, sem tempo para preparo (exame urgente)
          OU paciente ambulatorial
          • SF0.9% 500 ml 1 hora antes do exame
          • SF0.9% 1.000 ml 6 horas após o exame
    2. N-acetilcisteína
      • Potencial benefício antioxidante e vasodilatador
      • Dose: 1200 mg VO de 12/12 horas (2 envelopes de 600 mg de 12/12 horas)
      • Iniciar antes do exame, manter 24-48h após
      • Evitar uso IV (maior risco de anafilaxia)
    3. AINEs: evitar uso no período peri-exame
    4. iECA e BRAs
      • Manter se o paciente fizer uso crônico e a creatinina estiver estável
      • Suspender temporariamente se a Cr subir mais de 0.5 mg/dl
    5. Estatinas
      • Pode trazer benefício adicional - usar se houver indicação pela dislipidemia ou doença cardíaca
    6. Sempre evitar hipoxemia
    7. Pacientes que já são dialíticos
      • Não são necessárias essas medidas de prevenção
      • Se possível = realizar hemodiálise imediatamente após o uso do contraste
        • Reduz risco de reações alérgicas
        • Reduz risco de complicações da hiperosmolaridade do contraste (pe: crise hipertensiva e edema agudo)
  • Medidas sem eficácia (não utilizar):
    • Hemofiltração ou hemodiálise profiláticas
    • Hidratação oral exclusiva
    • Manitol
    • Diuréticos
    • Dopamina
    • Teofinlina e aminofilina
    • Dipiridamol
    • Iloprost (análogo de prostaciclina)
    • Peptídeo natriurético atrial
    • Ácido ascórbico
    • Citrato oral
    • Fenoldopam
    • Trimetazidina
    • Pré-condicionamento isquêmico precoce
  • Definição da Nefropatia por Contraste Iodado (NCI):
    • Aumento da Cr sérica em mais de 0.5 mg/dl após uso de contraste iodado
    • ou aumento >50% da Cr basal do paciente
  • Pacientes com risco aumentado de NCI para exames contrastados em geral:
    • Cr > 1.5 mg/dl
    • CLCR estimado < 60
    • Proteinúria > 1g/24h
    • Idade avançada (>75 anos)
    • Diabetes mellitus ou pré-diabetes
    • Hipertensão arterial
    • Insuficiência cardíaca grave
    • Instabilidade hemodinâmica
    • Depleção volêmica
    • Anemia (Hb < 10)
    • Altas doses de constraste (> 125 ml)
    • Constraste de alta osmolaridade (> 500 mOsm/kg)
    • Doença aterosclerótica conhecida
    • Mieloma múltiplo
    • Hiperuricemia
    • Uso de medicamentos nefrotóxicos (p.e: AINEs, aminoglicosídeos, anfotericina)
  • Monitorizar Cr basal, após 24h e após 48h
    • Evitar alta hospitalar enquanto cr estiver subindo (esperar Cr iniciar queda)
  • Cr aumenta 24-48 h após administração
    • Pico em até 48-72 h
    • Queda em 3 a 7 dias
  • Geralmente não oligúrica e com FeNa < 1%
  • Principais diagnósticos diferenciais
    • Necrose tubular aguda (NTA) → FeNa > 1%
    • Ateroembolia → embolia distal = dedo azul
    • Nefrite intersticial aguda (NIA) → sintomas alérgicos, eosinofilia e eosinofilúria + hematúria
Protocolo Clínico
Versão:
2.0
Data:
27/05/2019
Área responsável:
Nefrologia
Protocolo de prevenção de Nefropatia induzida por Contraste

I. Prevenção

  • Escolha do exame/contraste
    • Pacientes com risco alto de NCI = Preferir exames que não utilizem contraste iodado (se possível)
      • USG, RM sem gadolíneo, TC sem contraste
    • Evitar (se possível):
      • Contrastes de 1° geração (alta osmolaridade: 1.400 a 1.800 mosml/kg)
      • Contrastes de 2° geração (média osm: Iohexol = 500 a 600 mosml/kg)
    • Preferir agentes iso-osmolares (se possível pelo custo):
      • Iodixanol (290 mosml/kg)
    • Usar sempre a menor dose possível de contraste
    • Evitar uso repetitivo em intervalos menores de 48 horas
  • Prevenção da NCI
    1. Expansão volêmica
      • Sempre usar expansão volêmica nos pacientes tiverem algum fator de risco para NCI
        • Cuidado em pacientes com IC grave, IRC dialítica, congestão volêmica ou dispneia
      • Esquemas de expansão:
        1. Paciente internado, COM tempo para preparo
          • SG5% 500 ml + Bicarbonato de sódio 8.4% 7 ampolas IV 6/6 horas
          • Iniciar no mínimo 12 horas antes e manter 24 horas depois do exame/procedimento
        2. Paciente internado, COM tempo para preparo, contra-indicação ao bicarbonato (alcalose metabólica ou HipoK)
          • SF0.9% 500 ml IV 6/6 horas
          • Iniciar no mínimo 12 horas antes e manter 24 horas depois do exame/procedimento
        3. Paciente internado, sem tempo para preparo (exame urgente)
          OU paciente ambulatorial
          • SF0.9% 500 ml 1 hora antes do exame
          • SF0.9% 1.000 ml 6 horas após o exame
    2. N-acetilcisteína
      • Potencial benefício antioxidante e vasodilatador
      • Dose: 1200 mg VO de 12/12 horas (2 envelopes de 600 mg de 12/12 horas)
      • Iniciar antes do exame, manter 24-48h após
      • Evitar uso IV (maior risco de anafilaxia)
    3. AINEs: evitar uso no período peri-exame
    4. iECA e BRAs
      • Manter se o paciente fizer uso crônico e a creatinina estiver estável
      • Suspender temporariamente se a Cr subir mais de 0.5 mg/dl
    5. Estatinas
      • Pode trazer benefício adicional - usar se houver indicação pela dislipidemia ou doença cardíaca
    6. Sempre evitar hipoxemia
    7. Pacientes que já são dialíticos
      • Não são necessárias essas medidas de prevenção
      • Se possível = realizar hemodiálise imediatamente após o uso do contraste
        • Reduz risco de reações alérgicas
        • Reduz risco de complicações da hiperosmolaridade do contraste (pe: crise hipertensiva e edema agudo)
  • Medidas sem eficácia (não utilizar):
    • Hemofiltração ou hemodiálise profiláticas
    • Hidratação oral exclusiva
    • Manitol
    • Diuréticos
    • Dopamina
    • Teofinlina e aminofilina
    • Dipiridamol
    • Iloprost (análogo de prostaciclina)
    • Peptídeo natriurético atrial
    • Ácido ascórbico
    • Citrato oral
    • Fenoldopam
    • Trimetazidina
    • Pré-condicionamento isquêmico precoce

II. Causas

  • Definição da Nefropatia por Contraste Iodado (NCI):
    • Aumento da Cr sérica em mais de 0.5 mg/dl após uso de contraste iodado
    • ou aumento >50% da Cr basal do paciente
  • Pacientes com risco aumentado de NCI para exames contrastados em geral:
    • Cr > 1.5 mg/dl
    • CLCR estimado < 60
    • Proteinúria > 1g/24h
    • Idade avançada (>75 anos)
    • Diabetes mellitus ou pré-diabetes
    • Hipertensão arterial
    • Insuficiência cardíaca grave
    • Instabilidade hemodinâmica
    • Depleção volêmica
    • Anemia (Hb < 10)
    • Altas doses de constraste (> 125 ml)
    • Constraste de alta osmolaridade (> 500 mOsm/kg)
    • Doença aterosclerótica conhecida
    • Mieloma múltiplo
    • Hiperuricemia
    • Uso de medicamentos nefrotóxicos (p.e: AINEs, aminoglicosídeos, anfotericina)

III. Diagnóstico

  • Monitorizar Cr basal, após 24h e após 48h
    • Evitar alta hospitalar enquanto cr estiver subindo (esperar Cr iniciar queda)
  • Cr aumenta 24-48 h após administração
    • Pico em até 48-72 h
    • Queda em 3 a 7 dias
  • Geralmente não oligúrica e com FeNa < 1%
  • Principais diagnósticos diferenciais
    • Necrose tubular aguda (NTA) → FeNa > 1%
    • Ateroembolia → embolia distal = dedo azul
    • Nefrite intersticial aguda (NIA) → sintomas alérgicos, eosinofilia e eosinofilúria + hematúria

IV. Bibliografia

  1. Emanuel A. Burdmann, Emerson Quintino de Lima, José Mauro Vieira Júnior, Edivaldo Celso Vidal. Capítulo 23: Nefropatia tóxica e intesticial. In: Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidreletrolíticos - 6ªEd. 2018
  2. Asif A. Sharfuddin, Steven D. Weisbord, Paul M. Palevsky, Bruce A. Molitoris. CHAPTER 31 – Acute Kidney Injury. In: BRENNER: Brenner and Rector's The Kidney, 10th Edition - 2016.
  3. Michael R Rudnick, MD. Prevention of contrast nephropathy associated with angiography. In: UPTODATE. Disponível em < https://www.uptodate.com/contents/prevention-of-contrast-nephropathy-associated-with-angiography>
  4. Michael R Rudnick, MD. Pathogenesis, clinical features, and diagnosis of contrast-induced nephropathy. In: UPTODATE. Disponível em < https://www.uptodate.com/contents/pathogenesis-clinical-features-and-diagnosis-of-contrast-induced-nephropathy>